Implementação Técnica de Domínios Personalizados
Implementar domínios personalizados parece simples à primeira vista — até que você tenta escalar.
Este artigo é para CTOs, engenheiros, arquitetos e developers que querem entender a parte técnica real:
- Como o tráfego chega até sua aplicação,
- Como validar domínios,
- Como emitir e renovar SSL sem falhas,
- Como isolar riscos,
- Como evitar replicação de ambientes,
- Como lidar com roteamento dinâmico multi-domínio,
- Como gerar experiências white-label completas.
Vamos montar a arquitetura do zero, de forma clara e prática.
Como começa: a relação entre SaaS, DNS e o domínio do cliente
Quando seu cliente quer usar o domínio dele, você precisa:
- Validar propriedade desse domínio (via TXT).
- Instruí-lo a criar um registro CNAME apontando para seu gateway.
- Mapear esse host no seu sistema interno.
- Roteá-lo dinamicamente para a aplicação correta.
O fluxo simplificado
Usuário -> DominioCliente.com -> DNS -> CNAME -> Gateway -> Proxy -> SaaS
O CNAME sempre aponta para um endpoint seu, nunca diretamente para a aplicação final.
Provisionamento e renovação automática de SSL
O Let’s Encrypt permite emitir certificados gratuitamente, mas envolve:
- Validação HTTP ou DNS,
- Challenge automático,
- Revalidação periódica,
- Storage seguro dos certificados,
- Distribuição em rede,
- Fallback quando falha.
Gerenciar isso manualmente com dezenas de domínios é impraticável:
- Certificados expiram,
- Challenges falham,
- Rate limits são atingidos,
- Caches ficam inconsistentes,
- Domínios quebram sem aviso.
Por isso a solução moderna é usar uma camada intermediária que:
- Automatiza challenges DNS-01 ou HTTP-01,
- Renova certificados antes do vencimento,
- Distribui automaticamente aos proxies,
- Faz fallback quando necessário.
Roteamento dinâmico multi-domínio
Para cada request, você precisa detectar:
Host: portal.clienteXYZ.com
E com isso:
- Consultar um data store,
- Identificar qual tenant aquele host pertence,
- Encontrar a URL do backend correto,
- Aplicar configurações customizadas (scripts, HTML, headers),
- Repassar a requisição.
Essa etapa precisa ser rápida, já que acontece a cada request.
Uma arquitetura típica:
Load balancer / Edge gateway
↓
Camada de roteamento
↓
Aplicação (única) multi-tenant
Segurança: o ponto mais ignorado
Aceitar domínios externos significa aceitar tráfego vindo de origens não controladas.
Sem mitigação:
- DDoS pode acontecer via qualquer domínio,
- Ataques HTTP flood podem derrubar sua aplicação,
- Exploração de headers maliciosos pode ocorrer.
Por isso são necessários:
- WAF,
- Rate limiting,
- Bloqueio por padrão,
- Isolamento por host,
- Limitação de payload.
Evitando a armadilha fatal: replicar a aplicação para cada cliente
Muitos SaaS começam assim:
“É só subir outra instância para outro cliente…”
E então:
- 5 instâncias viram 12,
- 12 viram 30,
- 30 viram 100.
Cada feature vira 100 deploys. Cada bug vira 100 correções.
Isso não escala.
Arquitetura recomendada
Uma única aplicação multi-tenant
- Uma camada de roteamento multi-domínio
- Customizações aplicadas dinamicamente conforme o domínio.
White-label avançado: injeção de HTML, CSS, scripts e customizações por domínio
Para oferecer white-label real, muitos SaaS precisam permitir:
- Cores por tenant,
- CSS customizado,
- Scripts externos,
- Headers adicionais,
- Favicons específicos.
Com o roteamento certo, isso é aplicado na edge, sem alterar o backend.
Como fica a arquitetura final recomendada
Cliente cria CNAME/TXT
↓
Edge Gateway / Proxy especializado para SaaS
↓
Validação + SSL automático
↓
WAF + Anti-DDoS + Rate Limiting por domínio
↓
Roteamento baseado no Host
↓
Aplicação única multi-tenant
Essa é a abordagem usada por plataformas modernas que lidam com milhares de domínios.
Conclusão: Implementar sozinho é possível, mas não escalável
Você pode construir tudo isso internamente, mas:
- Resolver SSL em escala,
- Lidar com segurança,
- Manter roteamento dinâmico,
- Gerenciar milhares de domínios,
Exige uma equipe dedicada de infraestrutura.
Hoje existe uma forma mais inteligente:
Usar uma camada especializada que resolve isso para você.
Assim, você mantém uma aplicação única e simples, mas oferece um nível de white-label corporativo.
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